sábado, 30 de maio de 2009

Go (1999)

Durante a época do Natal em Los Angeles, Ronna Martin e Simon Baines trabalham em um supermercado. Ronna está com o aluguel atrasado e vai ser despejada, enquanto Simon está morrendo de vontade de ir para Las Vegas com três amigos. Desesperada para conseguir dinheiro, ela aceita cobrir o turno de Simon enquanto ele está fora. Surgem então Adam e Zack, dois atores de televisão que querem comprar 20 doses de ecstasy e dizem que usavam Baines como intermediário. Eles pedem a ela que consiga a droga. Ronna vê que é uma chance de entrar na jogada, intermediando a compra e assim ganhando o suficiente para não ser despejada, mas as coisas não saem como planejado. Essa não é apenas outra noite na vida desses personagens incomuns. Eles estão a ponto de embarcar numa louca viagem que só vai ter fim com o nascer do sol.
Inicialmente o roteirista John August havia idealizado Go para ser apenas um curta-metragem, mostrando a história de Ronna. Com a decisão de transformá-lo em um longa-metragem o roteirista resolveu então por inserir os trechos de Simon, para explicar o porquê dele ter ido a Las Vegas, e um com Adam e Zack, para mostrar quem eles eram.
Go, chamado de Vamos Nessa no Brasil, teve orçamento de US$ 6,5 milhões. Sua nota no IMDb é 7,3. Este alucinante sucesso do diretor Doug Liman celebra o estilo de Tarantino, apresentando uma vibrante trilha sonora e surpreendentes atuações.
A ação de Go se desenrola durante 24 horas. Partindo de uma noite de Natal em Los Angeles, a narrativa se divide em três segmentos, que são interligados de forma plausível. O filme não mergulha na violência gratuita – apesar de prestar tributo a Tarantino. O espectador é inserido no badalado cenário das raves, com direito a música eletrônica e droga. Viagens de ecstasy ainda rendem seqüências divertidas.
Curto, cheio de pérolas pop aceleradas na trilha sonora e boas sacadas do roteirista John August, Go é uma comédia com índice alto de adrenalina, que não deseja mais do que divertir a platéia, e o faz de maneira original e inteligente. É o típico filme de baixo orçamento que justifica cada centavo investido com energia, boas atuações do elenco e ótimas piadas. Para rir até rachar o bico. Quer assistir? Então aproveite, porque o filme já vem com legendas em português!

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domingo, 24 de maio de 2009

Maria Full of Grace (2004)

Maria vive numa pequena localidade ao norte de Bogotá, na Colômbia. É uma jovem corajosa, rebelde e cheia de vida. Mas como muitos em seu país, ela vive numa condição de miséria e exploração. Seu trabalho é tirar espinhos de rosas para exportação, tarefa entediante que obedece a regras rígidas. Através dele ela precisa sustentar sua família sozinha. Morando em uma vila antiga e em uma casa pequena ela acaba ficando grávida de um namorado que não ama. Certo dia, pouco depois de descobrir que está grávida, ela se envolve numa discussão e é demitida.
Com apenas 17 anos, Maria não consegue enxergar seu futuro. Num rompante de ousadia, ela desafia o mundo em que vive mas ao qual não pertence, e se embrenha numa aventura perigosa. Decidida a melhorar de vida e tentar a sorte na cidade grande, a jovem aceita a oferta de um conhecido: transportar heroína para Nova York em seu próprio estômago.
A realidade social colombiana é retratada neste filme através do relato de uma vida, a de Maria, que poderia ser a de muitos jovens colombianos que, perante a situação do país, procuram desesperadamente fugir da miséria em que se enterram. Maria Full of Grace mostra com uma honestidade desconcertante “o outro lado da moeda do sonho americano” e o que pessoas como Maria fazem para tentar resgatar sua dignidade e conquistar seus sonhos.
História intensa por sua própria natureza, Maria Full of Grace é narrado desde uma perspectiva solidária com sua protagonista. Passamos o filme todo torcendo por Maria, cientes de sua decência humana e querendo protegê-la das consequências de seus erros.
Falada em espanhol, Maria Full of Grace (Maria Cheia de Graça, no Brasil) é uma co-produção Colômbia/EUA que recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz 2005. Maria é interpretada por Catalina Sandino Moreno, primeira colombiana indicada ao Oscar.
O roteirista e diretor Joshua Marston criou um retrato convincente do desespero provocado pela miséria. Fazer um filme sobre esta temática sem cair no melodrama ou em falsos moralismos não é tarefa fácil, mas Marston o consegue com uma história pungente e interpretações convincentes, sóbrias e contidas. Estes são alguns dos fatores que ajudam a explicar o fato deste filme ser um verdadeiro fenômeno em termos de crítica. Não é à toa que sua nota no IMDb é 7,6.
Quer conferir? Clique então para assistir com legendas em português!

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Bom Yeoreum Gaeul Gyeoul Geurigo Bom (2003)

Spring, Summer, Fall, Winter... and Spring, do diretor sul-coreano Kim Ki-Duk, é fantástico, um filme de takes longos, uma fotografia excepcional. Um filme com pouquíssimos diálogos, tendo nos olhares, gestos e situações, a residência do necessário para que você extraia a mensagem. O filme conta a história de um velho monge budista e seu aluno. Conforme as estações do ano passam, a vida prossegue seu ritmo natural chocando-se com as tradições e ensinamentos, de uma forma ou outra, toda a natureza demonstrará-se em sua potência e beleza, compondo uma belíssima meditação sobre a vida, a morte e a harmonia.
À medida em que as estações se sucedem, todos os aspectos das suas vidas são insuflados com uma intensidade que conduz ambos a uma enorme espiritualidade - e à tragédia, porque também eles não conseguem resistir à escalada da vida, aos anseios, sofrimentos e às paixões que nos arrebatam a todos. Sob o olhar atento do velho monge, o aluno experimenta a perda da inocência quando as brincadeiras se transformam em crueldade...o despertar do amor quando uma mulher entra no seu mundo fechado...o poder assassino do ciúme e da obsessão...o preço da redenção...a iluminação da experiência.
Conhecido no Brasil como Primavera, Verão, Outono, Inverno… e Primavera e internacionalmente como Spring, Summer, Fall, Winter... and Spring, tem uma fantástica nota no IMDb de 8,1.
Sublime, humorado, corajoso e transcendental. É uma referência ao Samsara, o ciclo eterno de nascimentos e mortes ao qual a entidade viva está submetida, enquanto estiver sob o domínio do próprio karma, que a mantém cativa, aprisionada na existência material. Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera significam nascimento, maturidade, envelhecimento, morte... e renascimento. Um grande filme, que nos transmite a simplicidade da existência humana, que só é possível através da verdadeira sabedoria: A sabedoria espiritual.
Qualquer ser humano, por mais puro que seja, está incondicionalmente inserido em um mundo onde há desejos, sofrimentos, paixões, instintos e ambições. Ninguém é indiferente ao poder natural das quatro estações e do seu ciclo natural de nascimento, crescimento e declínio. É um filme extremamente profundo e abstrato.
Um filme de uma beleza e sensibilidade fora do comum...uma obra prima. Quer assistir? Então aproveite, porque o filme acompanha legendas em português!

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sábado, 23 de maio de 2009

Bin-jip (2004)

Um jovem vagabundo invade a casa de estranhos e mora nelas enquanto os donos estão fora. Para pagar a estadia ele realiza pequenos consertos ou faz limpeza na casa. Ele costuma ficar um ou dois dias em cada lugar, trocando de casa constantemente. Até que um dia encontra uma bela mulher em uma mansão, que assim como ele também está tentando escapar da vida que leva. A fim de escapar do casamento infeliz e a vida vazia, ela se une ao novo amigo e, sem trocar palavras, a dupla passa a invadir outras casas.
Bin-jip, conhecido internacionalmente como 3-iron e como A Casa Vazia no Brasil, é uma produção coreana dirigida por Kim Ki-Duk que recebeu 3 premiações no Festival de Veneza 2004. Além disso tem nota de 8,0 no IMDb.
O roteiro de Bin-jip foi escrito em apenas um mês, as filmagens ocorreram em apenas 16 dias e a edição do filme foi concluída em 10 dias.
Bin-jip é um filme que vai agradar principalmente ao amantes do bom cinema, que estão cansados de cinema pipoca e auto-explicativos. E vai ser recebido com estranheza por quem quer tudo demasiadamente mastigado, pois não nos entrega tudo em mãos.
Maravilhoso, sensacional, espetacular. Bin-jip é um dos mais surpreendentes filme realizado nos ultimos anos, e nos trás a premissa maior do cinema, falar através de imagens, de maneira magnífica diga-se de passagem. É incrivelmente bem feito. Sem grandiosidades, conquista pela simplicidade.
Se usa pouco as palavras nesse filme. Se mostra mais com as ações. É tenso, as vezes revoltante, as vezes engraçado. Um filme acima de tudo sério. Que fala de amor, de relações humanas, de submissão. No cinema de Kim Ki-Duk, temos que buscar mais pelas imagens e pelos sinais que pelas palavras.
Quer assistir a essa poesia em forma de filme? O torrent já inclui as legendas em português, ok?

Tulitikkutehtaan Tyttö (1990)

The Match Factory Girl (conhecido no Brasil como A Menina da Fábrica de Fósforos) é uma produção finlandesa dirigida por Aki Kaurismäki.
The Match Factory Girl é um filme sobre uma existência vazia, uma existência que se resume ao trabalho na fábrica de fósforos, livros românticos bobos e eventuais bailes frustrados. Após essa longa existência patética, Iris, uma jovem supervisora de embalagens de fósforo, compra um vestido, vai à uma discoteca mais descolada que os bailes que costumava ir, e tem sua monótona vida modificada por um homem bem vestido que a convida para dançar e ir ao seu apartamento.
Grávida e feliz, ela aprende sobre a realidade da vida quando o amado envia o cheque para um aborto.
Impressiona muito a vontade do diretor, Aki Kaurismäki, em dizer até onde uma pessoa sem horizonte pode ir. Ele está longe de ser otimista ou ter uma visão romantizada e longe de dar qualquer perspectiva a ela. Mas transforma a vida de Iris de um drama silencioso e frio à uma comédia de humor negro.
Mas o que é curioso neste singelo trabalho é que o embrião do cinema do Kaurismäki está todo lá: como as questões sociais se misturam com as questões individuais numa narrativa que foge do realista e que buscam, em vez disso, um tom de fábula, como a miséria da vida se expressa através de personagens mudos ou silenciosos. Porque não há muito diálogo, mas há abundância de significado, tudo é cheio de drama humano. No fundo Kaurismäki apela para os nossos sentimentos e compaixão com o drama da protagonista.
Assistir a The Match Factory Girl é beber da cultura finlandesa, além de ser realmente uma obra-prima. É um filme com um sentido e que certamente tem uma mensagem para todos nós.
Afinal, um filme com uma nota de 7,7 no IMDb merece ser visto com legendas em português, vocês não concordam?

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

The Usual Suspects (1995)

Cinco bandidos são presos e "enfileirados" para identificação pela polícia de Nova York, acusados de roubar uma carga de armas. Um deles é um ex-policial que se virou para o crime no passado mas está tentando entrar na linha, outro é um aleijado que fala mais que o homem da cobra e, assim como os outros três, vive de pequenas traquinagens e maracutaias aqui e ali. Ao saírem da delegacia, os cinco unem suas forças num roubo infalível e, mais tarde, se envolvem numa jogada grande demais para a sua alçada, arquitetada por um chefão misterioso conhecido somente como Keyser Soze. Quando as coisas dão errado, o aleijado é o único que cai nas mãos da polícia, narrando os eventos que levaram o instável grupo de marginais até ali. Mas o delegado encarregado das investigações acha que falta algo no caso, que crie um elo que possa ser possível saber quem é Keyser Soze...
The Usual Suspects (ou Os Suspeitos, no Brasil) tem um excelente roteiro. É simplesmente fantástico o modo que a obra envolve as pessoas e as deixam intrigadas até a fantástica conclusão. Um dos filmes mais inteligentes já produzidos, apesar de confuso prende todos a tela. É impossível não reconhecer uma obra como essa. O filme é completado pela ótima trilha sonora, que contribui com o envolvimento das personagens com seus respectivos objetivos. The Usual Suspects é um filme brilhante, com grande elenco e excelente direção, além de um roteiro excepcional. A notoriedade e inteligência, que é seu ponto forte, fizeram com que o filme arrebatasse dois Oscar em 1996 (Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro Original).
Bryan Singer estreou muito bem, fazendo sua obra-prima. Caiu nas graças de muita gente com este filme, um thriller narrado em flashback. Não há provavelmente melhor forma de se definir The Usual Suspects, uma obra que muitos incluem dentro de qualquer lista de melhores filmes de suspense e mistério de todos os tempos.
Excelente história com um roteiro primoroso, bons diálogos e com uma direção perfeita. Para quem gosta de filmes desse gênero, é imperdível! E o danado do filme está aqui, com legendas em português:

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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Before The Rain (1994)

Milcho Manchevski vem do mundo dos videoclips e sua experiência em cinema explora o mesmo clima: cenas fissuradas, de montagens rápidas, clipadas em rostos e movimentos. Before The Rain (Antes da Chuva, no Brasil) arrebatou o Leão de Ouro do Festival de Veneza de 1994 e foi indicado para o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Tendo como pano de fundo as turbulências políticas da Macedônia e a cidade de Londres, em Before The Rain três histórias de amor se cruzam e se completam na densidade narrativa, os mesmos personagens se revezando.
Em 'Palavras', Kiril é um jovem monge que vive em um monastério medieval isolado nas montanhas. Sua rotina é quebrada com a chegada de Zanira, uma menina albanesa, que é perseguida por um grupo armado da região que a acusa de ter matado um parente. Kiril a esconde sem o conhecimento dos superiores e é expulso do monastério. Em 'Rostos', Anne é editora de uma agência de fotos, em Londres. Ela se vê dividida entre dois homens: Nick, seu fiel marido e Aleksander, um exótico fotógrafo de guerra. Mas um incidente em um restaurante muda tragicamente sua vida. Em 'Imagens', Aleksander é um premiado fotógrafo que questiona seus relacionamentos e decide partir. Depois de reportar a miséria humana de vários países, volta para a Macedônia, o seu país. Idealista, ele viaja e reencontra seus parentes. Presencia a intolerância, uma guerra fraticida e cruza o caminho de Kiril e Zamira.
Três histórias. Três amores impossíveis. Uma única guerra.
Before The Rain tornou-se um cult por vários motivos. Um filme absolutamente brilhante, precursor do estilo Iñarritu, Guy Ritchie e Tarantino de construir roteiros. Milcho Manchevski guia o seu espectador através desse fascinante filme, tendo como veículo uma bela fotografia que se vale de enquadramentos muito bem feitos. Valendo-se dos recursos da montagem dialética e de um roteiro que caminha pelo tempo sem preocupação alguma de ser linear, Manchevski projeta na tela as atitudes inconsequentes e incoerentes do ser humano, que revela sua selvageria fugindo da ética e correndo para a intolerância cultural.
É historicamente tido como o primeiro filme produzido na Macedônia independente após a dissolução da Iugoslávia. Combina política e poesia, com uma estética MTV. E essa pérola você pode assistir aqui com legendas em português:

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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Babam Ve Oglum (2005)

Sadik foi um jovem estudante universitário politicamente ativo e se tornou um jornalista de esquerda nos anos 70, apesar das expectativas do seu pai de que ele se tornasse engenheiro agrícola e administrasse a fazenda da família numa aldeia turca. Na madrugada de 12 de setembro de 1980, quando um súbito e impiedoso golpe militar assolou a Turquia, Sadik não conseguiu acesso a qualquer hospital ou médico e sua esposa termina por morrer enquanto dava à luz à única criança do casal, Deniz. Depois de um longo período de tortura, prisão e medo, Sadik volta a sua aldeia com Deniz, que ainda não conhece o avô, já com 7-8 anos de idade, sabendo que será difícil de corrigir as coisas com o seu pai, Huseyin. E no meio daquela família ligeiramente excêntrica, a criança servirá na reaproximação entre seu pai e seu avô.
My father and My Son, ou na língua turca Babam Ve Oglum, produzido em 2005 e dirigido por Çagan Irmak, consegue fazer grande parte da platéia se emocionar. Não é por menos. A produção relata com rara sensibilidade os sentimentos de uma criança, seu pai e seu avô. Costurada em um roteiro de raro brilho, a história se renova a cada fato inesperado que se sucede na tela, conferindo à obra o caráter instigante que leva ao desejo de que não termine. A história é apresentada a partir do olhar ingênuo da criança, que detém uma fértil imaginação capaz inclusive de encobrir os dramas vividos por seu pai, quando foi perseguido pelos militares; não menos densos que a briga com o avô, um turco caponês conservador e rancoroso. A relação conturbada do revolucionário com o pai, na verdade, maquia um amor incondicional entre ambos, que arrebata os três personagens centrais de My Father and Son.
Com impressionantes 8,9 no IMDB, esse belo e emocionante filme turco fará chorar aqueles com algum sentimento mais aflorável. Na Turquia o filme foi visto por 4 milhões de pessoas na primavera de 2005, se tornando um dos mais bem sucedidos filmes turcos da história. Um jornal local, em Istambul, informou que 78% das pessoas que assistiram alegaram que choraram pelo menos uma vez durante o filme.
Uma história simples que se torna um filme triste, pungente e também divertido sobre pessoas comuns. Um magnífico trabalho, que apresenta atuações brilhantes de todo o elenco e uma coleção de momentos espetaculares, isso tudo sem o uso de nenhum efeito especial, de nenhuma força sobre-humana ou nenhuma paisagem fantástica. Você sentirá após o filme uma vontade imensa de encontrar seus pais, e ter certeza que eles estão bem, fazendo-os saber uma vez mais que realmente se preocupa com eles. Este filme faz pensar mais profundamente em valores que nos fazem humanos, tocando fundo a sua alma. Altamente recomendado.
E essa obra de arte você encontra aqui, com legendas em português...

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Masters of Horror - Segunda Temporada (2007)

A segunda temporada de Masters of Horror mostra episódios que contam com a direção de nomes consagrados como Brad Anderson, Stuart Gordon, Ernest Dickerson, Peter Medak, Norio Tsuruta, Rob Schmidt e Tom Holland, além de Dario Argento, John Carpenter, Mick Garris, Joe Dante, John Landis e Tobe Hooper, que já dirigiram episódios da temporada anterior.
Apesar da primeira temporada da série não ter feito grande sucesso na TV norte-americana, a série ganhou uma segunda temporada, com alguns novos diretores e outros retornando, seja para continuar com assustadores episódios ou então para tentar uma nova chance.
O formato é o mesmo da primeira temporada, com 13 episódios de 60 minutos cada. Os temas são variados: demônios, psicopatas, vampiros, bruxas, abortos, eutanásia e até palhaços assassinos (!!!). Outros episódios também tratam do conflito eterno entre homem e natureza.
Baseado num conto de Clive Barker temos "Valerie On The Stairs", dirigido pelo criador da série Mick Garris. Já em "The Black Cat", Stuart Gordon faz uma semi-adaptação bastante interessante de um conto de Edgar Allan Poe.
O destaque fica para "Family", episódio do John Landis. É um episódio muito bom, apesar de fugir um pouco dos padrões da série. Harold Thompson é um serial killer meio Norman Bates, que está compondo uma família de esqueletos em sua casa, em um subúrbio americano bastante pacato. Um casal de jovens se muda para a casa da frente, e ele fica obcecado pela mulher.
Atenção especial também para o episódio “Sounds Like”, dirigido por Brad Anderson. Um supervisor de controle de qualidade que monitora os telefonemas de uma companhia desenvolve um senso de audição. Após a morte de seu filho essa habilidade se desenvolve monstruosamente a ponto de forçá-lo a tomar uma medida drástica para silenciar seu problema antes que fique louco.
Se você gostou da primeira temporada de Masters of Horror, não deixe de conferir essa segunda e derradeira temporada com legendas em português...

domingo, 3 de maio de 2009

Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004)

Charles Kaufman é um caso raro em Hollywood, onde o roteirista consegue chamar tanta atenção quanto as estrelas que atuam nos filmes em que escreve. Kaufman já havia escrito algumas obras-primas, como os magníficos roteiros de Quero Ser John Malkovich e Adaptação, mas em Eternal Sunshine of the Spotless Mind se superou.
Com direção de Michel Gondry, parceria que já tinha sido feita no menos conhecido "A Natureza Quase Humana", Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças teve orçamento de US$ 35 milhões.
Joel e Clementine formavam um casal que durante anos tentaram fazer com que o relacionamento entre ambos desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental.
Para quem gosta de colocar rótulos nos filmes, Eternal Sunshine of the Spotless Mind é uma comédia dramática com pitadas de ficção científica, mas, principalmente, é uma história de amor. Só assim para definir este roteiro que mistura diversas influências e que faz rir (com inteligência), se emocionar (sem lágrimas fáceis) e pensar (muito). Quando você acha que está entendendo onde tudo aquilo vai dar, há uma reviravolta e a história muda de direção e até de estilo.
O estrelado elenco, que soma alguns bilhões de dólares nas bilheterias e também excelentes filmes, aceitou trabalhar por quantias bem mais baixas que o seu normal. Este tipo de comprometimento só acontece quando há a possibilidade de trabalhar com diretores conceituados, roteiros diferenciados, ou papéis completamente opostos ao que geralmente lhes é oferecido, mas que podem render atuações fortes e sérias chances na temporada de prêmios.
Quanto aos efeitos especiais - nota-se aqui a influência de um homem como Gondry que conhece bem o mundo dos videoclips e da direção artística - é interessante ver um filme utilizando de efeitos especiais que não sejam explosões ou carros voando pelos ares, principalmente porque todos os ótimos efeitos usados em Eternal Sunshine of the Spotless Mind são realmente necessários para que a história progrida. Juntando isso com a excepcional montagem, que vai ligando tudo de maneira brilhante e juntando cenas bem distantes em sua temporalidade com uma suavidade incrível, podemos dizer que a parte técnica está impecável. A fotografia é linda, realista, o que contrasta justamente com todo o mundo onde a história está se passando, e as músicas são bem bonitas e tocantes.
Existem várias maneiras de se contar uma história de amor, mas esta foi uma das mais originais. Quantos de nós já não desejaram ter a oportunidade que este filme oferece? Se você acabar com as lembranças, o amor acaba também? A memória dolorosa de qualquer experiência ainda é pior do que nunca ter experimentado a dor? Quem já não quis esquecer alguém do dia para noite?
Se alguém um dia teve um relacionamento que marcou sua vida, não tem como sair ileso depois de assistí-lo. É um filme tocante. Eternal Sunshine of the Spotless Mind é isso mesmo, uma grande reflexão sobre escolhas e destinos da vida.
As legendas em português estão junto com esse filmão! Tá esperando o que para assistir então?

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sábado, 2 de maio de 2009

Jacob's Ladder (1990)

Jacob é um ex-soldado no qual a Guerra do Vietnã deixou marcas profundas e irreversíveis. Constantemente Jacob vê seres estranhos ameaçando-o de morte, com suas lembranças do passado ao lado de sua família se misturando a alucinações desconexas de algo que aconteceu na guerra e que alterou radicalmente sua percepção da realidade. Contando apenas com o apoio de sua namorada Jezebel e de seu amigo Louis, Jacob tenta descobrir a causa verdadeira de seus delírios.
Jacob é um mistério que vai sendo revelado aos poucos. O filme, porém, é muito mais do que ele, e para compreender o que está se passando com a mente do sujeito é preciso saber “ler” as pistas enviadas pela exímia direção de Adrian Lyne. Os nomes bíblicos dos personagens (Jezebel, Gabriel, Sara, Paulo) informam ao espectador que há mais no quadro pintado pelo filme do que conseguimos ver. Mas o que seria esse mais? Como explicar as premonições, os fantasmas, as visões bizarras do protagonista? É tudo esquizofrenia ou há algum elemento sobrenatural por trás de tudo?
É difícil acreditar que Jacob's Ladder foi dirigido pelo mesmo homem responsável por “Flashdance” e “9 ½ Semanas de Amor”. Aliás, o roteirista Bruce Joel Rubin é o mesmo de “Ghost”. Não há dúvida de que ambos fazem, aqui, o melhor trabalho de suas carreiras. A concepção visual é rica, a trama é coerente e muito bem bolada, e o filme funciona como um todo, desde a abertura literalmente explosiva até o final impactante e melancólico.
Bruce Joel Rubin escreveu o roteiro de Jacob's Ladder nos anos 70 e durante anos tentou levá-lo às telas sem sucesso. Foi apenas quando o projeto chegou às mãos de Adrian Lyne que o filme realmente saiu do papel, com o diretor trabalhando com Rubin para reescrever o roteiro.
É um sombrio e inquietante thriller que ilustra à perfeição o modo como funciona uma mente esquizofrênica. O tema do trabalho do diretor Adrian Lyne é o tênue limite entre sonho e realidade. Toda a atmosfera do filme funciona no sentido de deixar a platéia no escuro. Lyne investe em um visual pesado, escuro e de poucas cores, para transformar o seu filme em uma espécie de pesadelo gótico inspirado por pinturas macabras de Francis Bacon. O longa-metragem investiga com perícia os limites entre o que é real e o que é ilusão.
Uma pena a péssima tradução do título para o português (Jacob's Ladder = A Escada de Jacó). Nada a ver com Alucinações do Passado.
Uma curiosidade: todos os quatro títulos da série de jogos Silent Hill contém referências ao filme Jacob's Ladder. Silent Hill gradualmente declina da normalidade estilizada e decai para o que parece uma lembrança próxima da estética visual do filme. E os monstros de Silent Hill, a maioria das vezes, aparecem com as mãos tremendo rapidamente de lado a lado, de um jeito anti-natural e bizarro, uma ligação direta com o estilo visual de Jacob's Ladder. Silent Hill 2 implica a noção da cidade ganhar aspecto de purgatório pessoal, outra similaridade com o tema do filme. Outra referência forte é no jogo Silent Hill 3, no qual se usa o nome Bergen Street para a estação de metrô onde Heather se encontra. A estação de Bergen Street é uma parte significante em Jacob's Ladder e o cenário se parece muito. Similarmente, o "Mundo do Metrô" em Silent Hill 4: The Room, que é surreal e tem saídas bloqueadas, parece muito com o filme.
Jacob's Ladder é o tipo de filme cujo final acende uma luz diferente sobre tudo o que veio antes. Acredite: depois de uma sessão de Jacob's Ladder, você vai querer rever o filme para tentar refletir sobre tudo o que viu. A experiência fará o filme crescer ainda mais para os amantes de tramas complexas e diferentes. Jacob's Ladder é um filme para guardar na estante.
E a doideira está aí, junto com as psicodélicas legendas em português!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

The Thing (1982)

O filme de John Carpenter The Thing é considerado por muitos como o melhor filme de terror de todos os tempos….intenso, atmosférico, imaginativo e surreal. Mesmo sendo este um remake do filme de Christian Nyby, ‘The Thing From Another World’, de 1951. Mas isso não invalida o trabalho de John Carpenter, que se valeu basicamente da idéia de um ameaça alienígena descoberta no gelo glacial. E as semelhanças terminam aí.
No verão de 1982, um time de doze pesquisadores trabalha numa remota estação na Antártica e descobre um ser alienígena submerso na neve há mais de 100.000 anos. Descongelada, a criatura mutante sobrevive mimetizando corpos, substituindo-os por cópias perfeitas e levando em pouco tempo toda a base americana ao desespero em uma situação claustrofóbica e paranóica onde ninguém confia em ninguém. Como destruir um inimigo onde cada célula pode se transformar em um organismo independente ??
John Carpenter é o tipo de diretor que sempre causa controvérsia com seus filmes, senão pela temática abordada, então pelos resultados alcançados. Isso porque as opiniões sobre as produções desse cineasta conseguem oscilar entre extremos, sendo definidas por uns como clássicos e taxadas, por outros, como fracassos perfeitamente dispensáveis para qualquer expectador. Ao longo de sua carreira, dificilmente John Carpenter conseguiu arrancar elogios dos críticos cinematográficos, que sempre desprezaram o potencial e o talento desse diretor. Por outro lado, a maioria dos fãs dos filmes B de terror o consideram um mestre no gênero.
The Thing é uma produção que reúne elementos de ficção científica e terror no estilo mais sombrio requerido para um filme deste porte.
Batizado no Brasil como O Enigma de Outro Mundo, um título até bem escolhido, este filme enfrentou grandes dificuldades em seu lançamento nas terras do Tio Sam. Exibido nos cinemas norte-americanos em 1982, The Thing enfrentou uma forte competição com o lançamento quase simultâneo de ET- O Extraterrestre, o que fez com que beirasse o ostracismo. O filme foi considerado um fracasso de bilheteria, inclusive porque o diretor vinha de seguidos sucessos comeciais, como Halloween de 1978. Mas com o advento do home vídeo, CD e TV a Cabo, a produção foi revalorizada e tornou-se "cult".
The Thing é uma produção com muitas qualidades técnicas e criativas. No IMDB tem uma classificação de 8.1, o que é notável. Completamente claustrofóbico e com efeitos especiais excepcionais (estamos a falar de 1982), o filme realmente é bom, tem um argumento excelente e direção divina.
Esse é mais um daqueles clássicos que você não pode deixar de assistir! E as legendas em português vêm de sobremesa:

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