Michael Faraday é um professor universitário especializado em terrorismo. Sua esposa, uma agente do FBI, morreu em um tiroteio. Vivendo nos subúrbios de Washington, Faraday começa a suspeitar de seus novos vizinhos, Oliver Lang e sua esposa Cheryl, que ele conhece após salvar o filho do casal, Brady, de um acidente. Inicialmente suas suspeitas baseiam-se em uma pequena mentira contada por Lang. Desconfiado de que há algo de errado naquilo, ele começa a investigar o seu passado para tentar descobrir quem são seus vizinhos e o que eles realmente pretendem. Estaria ele mexendo com o perigo real ou sua cabeça estaria imaginando coisas que não existem? A cada momento, o mistério se aprofunda e as perguntas aumentam - com Faraday sendo consumido pelo medo e pela paranóia. Existe mesmo uma conspiração sendo tramada na Rua Arlington? Arlington Road, chamado de O Suspeito da Rua Arlington no Brasil, é dirigido por Mark Pellington e sua nota no IMDb é 7,2. É um forte suspense contemporâneo sobre as terríveis verdades que se escondem nas aparências do dia-a-dia. Arlington Road vai manter você em grande tensão ao revelar como nós sabemos muito pouco sobre o mundo que nos rodeia...
Arlington Road tem, entre muitas qualidades, uma que se destaca além das demais: é um filme que exprime, em uma trama excitante e imprevisível, uma das paranóias norte-americanas mais comuns, que é a desconfiança geral e irrestrita, a crença de que não se pode confiar em ninguém que não seja parte da família. De alguma forma, o filme de estréia de Mark Pellington atinge um nervo vital da sociedade dos EUA, que é esse problema da desconfiança. Associada ao medo do terrorismo, essa característica faz do filme uma peça de valor mais abrangente do que o simples entretenimento.
É importante destacar que esse filme é de 1999, ou seja, de antes do atentado terrorista que destruiu o World Trade Center, em Nova York. Portanto, o roteiro que descreve com precisão o sentimento de impotência da sociedade americana diante do terrorismo tem um mérito ainda maior.
O bom elenco valoriza bastante o maior trunfo do longa-metragem, que é o roteiro inteligente e cheio de reviravoltas do também estreante Ehren Kruger, que depois escreveria o terror The Ring. Esse é um filme que vai lhe fazer pensar, e deixar com uma interrogação na cabeça mesmo depois da projeção.
Tem certos filmes de terror que não conseguem deixar o espectador tão tenso como este! Eis aí um filme que deixa qualquer um grudado no sofá, com os olhos esbugalhados e com um peso no peito quando os créditos anunciam o seu final. O ritmo do filme é marcante e seu desfecho deixa qualquer um boquiaberto. A versão lançada em DVD traz um segundo final para o filme.
Uma trama inteligente e surpreendente, com um final inesperado e impactante. Fantástico. Vale a pena ver.
Filmaço recomendadíssimo, que você pode conferir aqui com legendas em português!!!
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sábado, 17 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
El Método (2005)
El Método é um filme argentino-hispano-italiano de 2005 dirigido por Marcelo Piñeyro e baseado na obra teatral El Método Grönholm, do espanhol Jordi Galcerán. Seu título internacional é The Method, e no Brasil é conhecido como O Que Você Faria?. Sua nota no IMDb é 7,5.
Sete executivos disputam uma vaga numa empresa na mesma manhã em que Madri está sendo convulsionada por marchas de protesto contra a globalização e a política monetária do FMI, que ali realiza sua reunião. Logo são informados de que serão submetidos a uma seleção diferente da habitual - o chamado Método Grönholm. O grupo é deixado a sós numa sala fechada e, a partir de uma série de testes propostos pela empresa via computador, começam a interagir. De cara têm que descobrir quem é o agente da empresa infiltrado entre eles - já que o único funcionário que viram até então foi a secretária Montse, que os recebeu e os acompanha para fora da disputa com o mesmo imutável sorriso. São sete personalidades bem diferentes, mas, da jovem segura de si ao senhor machista, no começo todos acreditam ter o controle total sobre seu comportamento e suas emoções. Porém os jogos os colocam diante de várias situações limite e, sabendo que estão sendo constantemente observados e avaliados, chegam a um nível de tensão insuportável. O resultado são embates brilhantes - alguns dolorosos, outros bem cômicos. Afinal, ninguém quer ser um dos seis a perder a disputa.
El Método é um dos mais violentos panfletos que o cinema já fez contra o capitalismo, especialmente contra o capitalismo selvagem que se abateu sobre o mundo após o fim do comunismo, com as fusões e aquisições entre os grandes conglomerados e o aumento do desemprego.
Uma obra-prima. O texto é todo brilhante, e o diretor Marcelo Piñeyro, autor do belíssimo Kamchatka, de 2002, faz tudo funcionar com perfeição num ambiente claustrofóbico, de tirar o fôlego do espectador, de uma sala fechada de uma grande corporação. Um filme que tem pouquíssimos recursos visuais mas mesmo assim prende a atenção o tempo todo.
A tensão cresce mais e mais, até um ponto que nenhum ser humano decente poderia imaginar. Eles não serão mais seres humanos normais, educados, que estudaram muito, se encheram de pós-graduações e MBAs e doutorados – serão como gladiadores no circo romano. É matar ou ser morto. O filme tem um brilho especial, é uma maravilha. Não há falha alguma, por menor que seja. Todos os atores estão excelentes.
El Método é inclusive usado em aulas de Gestão de Recursos Humanos. Mostra a realidade do mundo competitivo. Até onde você iria para garantir o seu emprego? E até que ponto a empresa chega para buscar o funcionário considerado ideal? Um filme que nos faz refletir muito sobre ambos os lados.
Hermético, inteligente e divertido, El Método não significa muito mais do que algumas horas de entretenimento contextualizado de forma esperta, cheio de questões sociais. E nem precisa significar mais. Quem já tenha participado de processos de seleção encontrará aqui exemplos bem perto da realidade. Talvez seja por isso que a força das conclusões a que chegamos quando pensamos na capacidade do ser humano para ser predador dele mesmo sejam tão assustadoras.
Ficou curioso? Então assista logo, com legendas em português!
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Sete executivos disputam uma vaga numa empresa na mesma manhã em que Madri está sendo convulsionada por marchas de protesto contra a globalização e a política monetária do FMI, que ali realiza sua reunião. Logo são informados de que serão submetidos a uma seleção diferente da habitual - o chamado Método Grönholm. O grupo é deixado a sós numa sala fechada e, a partir de uma série de testes propostos pela empresa via computador, começam a interagir. De cara têm que descobrir quem é o agente da empresa infiltrado entre eles - já que o único funcionário que viram até então foi a secretária Montse, que os recebeu e os acompanha para fora da disputa com o mesmo imutável sorriso. São sete personalidades bem diferentes, mas, da jovem segura de si ao senhor machista, no começo todos acreditam ter o controle total sobre seu comportamento e suas emoções. Porém os jogos os colocam diante de várias situações limite e, sabendo que estão sendo constantemente observados e avaliados, chegam a um nível de tensão insuportável. O resultado são embates brilhantes - alguns dolorosos, outros bem cômicos. Afinal, ninguém quer ser um dos seis a perder a disputa.
El Método é um dos mais violentos panfletos que o cinema já fez contra o capitalismo, especialmente contra o capitalismo selvagem que se abateu sobre o mundo após o fim do comunismo, com as fusões e aquisições entre os grandes conglomerados e o aumento do desemprego.
Uma obra-prima. O texto é todo brilhante, e o diretor Marcelo Piñeyro, autor do belíssimo Kamchatka, de 2002, faz tudo funcionar com perfeição num ambiente claustrofóbico, de tirar o fôlego do espectador, de uma sala fechada de uma grande corporação. Um filme que tem pouquíssimos recursos visuais mas mesmo assim prende a atenção o tempo todo.
A tensão cresce mais e mais, até um ponto que nenhum ser humano decente poderia imaginar. Eles não serão mais seres humanos normais, educados, que estudaram muito, se encheram de pós-graduações e MBAs e doutorados – serão como gladiadores no circo romano. É matar ou ser morto. O filme tem um brilho especial, é uma maravilha. Não há falha alguma, por menor que seja. Todos os atores estão excelentes.
El Método é inclusive usado em aulas de Gestão de Recursos Humanos. Mostra a realidade do mundo competitivo. Até onde você iria para garantir o seu emprego? E até que ponto a empresa chega para buscar o funcionário considerado ideal? Um filme que nos faz refletir muito sobre ambos os lados.
Hermético, inteligente e divertido, El Método não significa muito mais do que algumas horas de entretenimento contextualizado de forma esperta, cheio de questões sociais. E nem precisa significar mais. Quem já tenha participado de processos de seleção encontrará aqui exemplos bem perto da realidade. Talvez seja por isso que a força das conclusões a que chegamos quando pensamos na capacidade do ser humano para ser predador dele mesmo sejam tão assustadoras.
Ficou curioso? Então assista logo, com legendas em português!
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Marcelo Piñeyro
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Die Welle (2008)
Die Welle, chamado de A Onda no Brasil e de The Wave internacionalmente, é uma excelente produção alemã dirigida por Dennis Gansel que tem nota 7,5 no IMDb.
Rainer Wenger é um daqueles professores modernos que todos os alunos gostam: com sua camiseta da banda punk Ramones, planeja ministrar o tema anarquia durante a semana de disciplinas eletivas. Porém, a diretora acaba por lhe dar um tema diferente do combinado e agora ele terá que lecionar o tema autocracia (forma de governo na qual um único homem detém o poder supremo). Como forma de improviso, o professor decide dar uma aula diferente do convencional.
O professor começa então a realizar ações com os alunos que visam estabelecer um vínculo maior entre eles, como marchar no mesmo ritmo, sempre levantar para falar com o professor, chamar o professor sempre de senhor, usar uniforme, etc… Aqueles alunos que não tinham interesse nas aulas, que tinham ligações com seus grupos, com suas preferências específicas e suas identidades, começam a levar a sério esta proposta. Em pouco tempo, é criado um movimento denominado Die Welle, que faz com que os jovens criem um espírito de grupo que elimina as diferenças entre eles. A iniciativa traz uma série de benefícios, como uma maior aplicação dos alunos ao estudo e uma melhora significativa nas notas; um aluno que era discriminado anteriormente, quando entra para o movimento encontra um meio de se socializar e ser aceito pelos outros. A própria diretora da escola, impressionada com as mudanças, apoia o movimento. Mas a coisa vai longe demais...
Fortemente inspirado na experiência The Third Wave, de Ron Jones, Die Welle é um dos grandes filmes da nova safra de bons filmes alemães do momento. Como a maior parte dos filmes europeus, ele não é desproposital. Por trás de sua excelente história, temos uma excelente mensagem a respeito do nazismo. A experiência de Ron James, anteriormente, virou um romance, um curta metragem de 1981 para a televisão, no canal ABC, e agora este sensacional filme. Die Welle segue a risca a história descrita por James, cujos elementos do filme de 81 estão todos presentes, a não ser o final, que é arrebatador e fantástico nesta nova versão. Esta adaptação realizada pelo cinema alemão é quase um filme pedagógico, que faz com que a chamada responsabilidade histórica que os alemães possuem em relação ao Holocausto seja repensada e discutida. Um filme sobre a psicologia das massas: a escola aparece então como um microcosmo da Alemanha nazista, ou de qualquer nação sob o viés totalitário.
Die Welle mostra mais uma vez que os melhores filmes no quesito conteúdo se encontram ainda na Europa. O cinema europeu consegue retratar bem certos assuntos diferentes, que envolvem o cotidiano mas ao mesmo tempo mantém um certo clima surpreendente. O modo como o tema ditadura é abordado é impressionante. Enfim, vale a pena assistir e se chocar com Die Welle, que deixa um alerta: o que aconteceu em nosso passado não é impeditivo para que aconteça novamente.
Quer assistir a esse filmaço com legendas em português? Então fique à vontade...
Rainer Wenger é um daqueles professores modernos que todos os alunos gostam: com sua camiseta da banda punk Ramones, planeja ministrar o tema anarquia durante a semana de disciplinas eletivas. Porém, a diretora acaba por lhe dar um tema diferente do combinado e agora ele terá que lecionar o tema autocracia (forma de governo na qual um único homem detém o poder supremo). Como forma de improviso, o professor decide dar uma aula diferente do convencional.
O professor começa então a realizar ações com os alunos que visam estabelecer um vínculo maior entre eles, como marchar no mesmo ritmo, sempre levantar para falar com o professor, chamar o professor sempre de senhor, usar uniforme, etc… Aqueles alunos que não tinham interesse nas aulas, que tinham ligações com seus grupos, com suas preferências específicas e suas identidades, começam a levar a sério esta proposta. Em pouco tempo, é criado um movimento denominado Die Welle, que faz com que os jovens criem um espírito de grupo que elimina as diferenças entre eles. A iniciativa traz uma série de benefícios, como uma maior aplicação dos alunos ao estudo e uma melhora significativa nas notas; um aluno que era discriminado anteriormente, quando entra para o movimento encontra um meio de se socializar e ser aceito pelos outros. A própria diretora da escola, impressionada com as mudanças, apoia o movimento. Mas a coisa vai longe demais...
Fortemente inspirado na experiência The Third Wave, de Ron Jones, Die Welle é um dos grandes filmes da nova safra de bons filmes alemães do momento. Como a maior parte dos filmes europeus, ele não é desproposital. Por trás de sua excelente história, temos uma excelente mensagem a respeito do nazismo. A experiência de Ron James, anteriormente, virou um romance, um curta metragem de 1981 para a televisão, no canal ABC, e agora este sensacional filme. Die Welle segue a risca a história descrita por James, cujos elementos do filme de 81 estão todos presentes, a não ser o final, que é arrebatador e fantástico nesta nova versão. Esta adaptação realizada pelo cinema alemão é quase um filme pedagógico, que faz com que a chamada responsabilidade histórica que os alemães possuem em relação ao Holocausto seja repensada e discutida. Um filme sobre a psicologia das massas: a escola aparece então como um microcosmo da Alemanha nazista, ou de qualquer nação sob o viés totalitário.
Die Welle mostra mais uma vez que os melhores filmes no quesito conteúdo se encontram ainda na Europa. O cinema europeu consegue retratar bem certos assuntos diferentes, que envolvem o cotidiano mas ao mesmo tempo mantém um certo clima surpreendente. O modo como o tema ditadura é abordado é impressionante. Enfim, vale a pena assistir e se chocar com Die Welle, que deixa um alerta: o que aconteceu em nosso passado não é impeditivo para que aconteça novamente.
Quer assistir a esse filmaço com legendas em português? Então fique à vontade...
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