quinta-feira, 30 de julho de 2009

Koroshiya 1 (2001)

Koroshiya 1 (Ichi The Killer, título internacional, ou Ichi - O Assassino, no Brasil) é um filme japonês de 2001, baseado no mangá de Hideo Yamamoto. Filme dirigido por um dos grandes realizadores do cinema oriental da atualidade, Takashi Miike. Seu estilo de cinema que explora a violência não só visual, mas principalmente a psicológica pode ser vista nessa história que mostra a ação da máfia japonesa, a Yakusa. Quando um chefão desaparece carregando uma fortuna de três milhões de yens, os membros de sua gangue, dirigidos por um novo e cruel líder, partem em busca dele. Porém, os métodos violentos do novo líder desagradam outros setores da Yakusa, deixando a organização à beira de uma guerra. É quando alguém contrata um assassino misterioso que tem uma infância obscura e traços de psicopatia para dar fim aos planos do novo líder.
Há um fato concreto: os filmes de Takashi Miike não são para qualquer um, principalmente para os que não têm estômago fraco. Já dirigia filmes desde 1990, mas tornou-se conhecido no final da década de 90 com Audition, que passou por diversos festivais em todo mundo. A partir de então firmou o seu estilo e as suas principais características: geralmente obras sobre a yakuza, extremistas, violentas e, de certa forma, com doses de humor. Lançou grandes filmes como Visitor Q, Dead or Alive, Imprint (da série Masters of Horror), entre outros.
O cineasta veio ao mundo para chocar. Seus filmes contêm imagens fortes e personagens que fariam o mais bárbaro dos seres humanos corar de vergonha. O frenesim inicial vai tomando forma aos poucos, dando espaço para as sequências sanguinárias e sádicas, para os litros e litros de sangue que jorram na tela enquanto corpos e membros voam por todos os lados, espancamentos, torturas, prostitutas e masoquistas. Um ambiente próximo do surreal. Ao ler isso pode parecer que é um filme B, mas a habilidade do realizador em executar as cenas, conduzir os atores, de criar uma atmosfera violenta, insana e ao mesmo tempo cômica, torna tudo mais interessante. Junte tudo isso a uma fotografia forte e pesada e uma trama narrada nos moldes de um mangá, cheia de surpresas e situações inimagináveis. O resultado é algo que faria Tarantino ficar enjoado e maravilhado ao mesmo tempo. Se não fosse a segurança de Miike na realização, o filme poderia cair ou para o tosco ou para o caricato demais. É exatamente esse limite, essa extremidade que faz do seu trabalho algo especial, inovador e diferente. Ichi The Killer não é para qualquer um. É uma obra forte, pesada e violenta, de um realizador corajoso e inteligente, com um estilo muito peculiar e que sabe até onde pode conduzir as suas ideias e técnicas. Com protagonistas muito bem trabalhados e um ambiente que mistura surrealismo com um pouco de comédia, Ichi The Killer constitui um verdadeiro cult vindo do país do sol nascente e realizado por um dos seus mais famosos, mas ao mesmo tempo polêmicos diretores. Para muitos é seu melhor filme.
Algumas lendas acerca do filme: o esperma usado na sequência inicial do filme é real e foi fornecido pelo diretor e ator japonês Shinya Tsukamoto, que interpreta a personagem do policial aposentado. Miike no entanto achou que o esperma fornecido por Tsukamoto era em quantidade insuficiente, e ordenou a outros três membros da equipe de filmagens que fizessem o que pudessem para encher o recipiente com mais esperma. Outra história é sobre a cena em que a personagem Sailor, interpretada pela atriz Mai Goto, é espancada. Segundo o roteiro só deveriam existir três socos. Como Miike não gostava muito da atriz, alterou a cena e elevou o número de socos para quinze!
O filme tem uma respeitável nota de 7,2 no IMDB. E aqui você tem a oportunidade de assistir a versão sem cortes, com legendas em português...

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domingo, 26 de julho de 2009

Merlin (2008)

Merlin foi criada pelo estúdio independente Shine Television e ganhou as TVs do Reino Unido pela BBC One. Na estréia, em seu primeiro episódio, a série conquistou uma média de 6.6 milhões de telespectadores, caindo para 4.9 milhões em seu segundo episódio. O terceiro reconquistou parte de sua audiência, tendo 5.7 milhões subindo para 6.3 milhões no quarto episódio. Com seus direitos comprados por mais de 115 países, inclusive pela NBC dos EUA, a série já teve confirmada a sua segunda temporada, prevista para setembro de 2009 ou janeiro de 2010.
A primeira temporada de Merlin, transmitida em 2008, é dividida em 13 episódios que contam como esse jovem aparentemente comum acabou se envolvendo com a magia e seus primeiros conflitos com um também jovem e impetuoso príncipe Arthur, que ainda não era rei.
A história em si é conhecida. Mas teve algumas mudanças radicais, como o fato de Merlin ser um adolescente. A série conta a história do jovem Merlin que chega à cidade de Camelot, onde reina Uther Pendragon (pai de Arthur). Uther baniu toda a magia do reino e caçou até quase à extinção todos os dragões, aprisionando o último no seu castelo. Merlin torna-se aprendiz de Gaius, o médico da corte, que rapidamente descobre que Merlin é super dotado nas artes da magia. Torna-se então necessário proteger este segredo pois a magia é punida com a morte. Merlin começa então uma relação atribulada com Arthur, um jovem arrogante mas que necessita da sua ajuda para se tornar o tão conhecido Arthur fundador de um reino onde a justiça impera e todos são vistos como iguais. A série televisiva afasta a história da sua versão original de modo a criar um enredo comercial. Mas o que parece uma decisão errada acaba dando certo, pois a série cativa qualquer um. Além de contar com ótimas atuações, os efeitos especias e os cenários também são acima da média. Pena que a história escrita por Geoffrey of Monmouth e Thomas Malory seja tão alterada.
Com influências de Harry Potter e Smallville, a série tem nota de 7,7 no IMDb. Quer assistir a primeira temporada inteirinha com legendas em português? Então aproveitem, porque vale a pena!

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domingo, 12 de julho de 2009

Das Experiment (2001)

Das Experiment (A Experiência no Brasil ou The Experiment, título internacional), é um sufocante thriller alemão dirigido por Oliver Hirschbiegel. É baseado no livro Black Box, de Mario Giordano, escrito a partir de uma série de experimentos reais similares que ficaram conhecidos como “Stanford Prison Experiment” que ocorreram em 1971.
Uma equipe de cientistas arregimenta 20 presos para uma experiência psicológica em troca de um prêmio em dinheiro. Os prisioneiros são divididos em dois grupos: oito deles fazem o papel de guardas e os outros 12, de internos. As cobaias são isoladas numa área da penitenciária onde certas regras devem ser obedecidas e mantidas pelos guardas. No início, a camaradagem reina no ambiente. Mas a violência não tarda a explodir quando um ex-repórter disfarçado de preso lidera um motim. Logo a promessa de dinheiro fácil se dilui em jogo de poder no qual ambos os lados se chocam em busca da supremacia. Um jogo perigoso que transgride todos os limites morais e éticos e leva seus participantes ao limite de seus instintos e convicções.
Com nota de 7,9 no IMDb, Das Experiment foi o representante alemão do Oscar 2002 de melhor filme estrangeiro. O diretor sabe criar suspense e uma sensação incômoda de expectativa, além de ter um preciso olho estético. O filme cria um clima que vai ficando mais pesado, mais claustrofóbico à medida que a história segue adiante. O experimento real foi cancelado, mas Das Experiment pondera em cima do "o que aconteceria se tivesse ido adiante?".
O que chama mais a atenção é a discussão proposta acerca da natureza do homem, “naturalmente agressivo, cientificamente provocado”. Sua capacidade de subjugar seu lado racional e, com um aval oficial, se entregar a instintos que, talvez, nunca deixasse aflorar em outra circunstância. Com um argumento pungente e temática forte, Das Experiment pinta um retrato perturbador de nossos semelhantes e até de nós mesmos, deixando uma desconfortável pergunta no ar: como reagiríamos a uma situação extrema?
Ótimo filme! Arrepiante e polêmico, Das Experiment é o tipo de filme que não permite que você fique indiferente. É um retorno a aqueles suspenses de deixar na ponta da cadeira de nervoso e impaciência. Tão bom que Hollywood está preparando um remake...
E o filme com as legendas em português encontram-se aqui, como sempre!

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Martyrs (2008)

Depois de uma passagem pelo oriente, o terror parece ter encontrado seu lugar na Europa. O cinema de horror francês é atualmente um dos mais violentos e perturbadores, com filmes tensos e carregados de gore em roteiros que prendem a atenção e que, principalmente, ficam na memória do espectador. Há alguns anos tem exportado uma leva de filmes não recomendados para quem tem coração fraco e estômago sensível, como Haute Tension, Ils, Frontière(s) e À l'intérieur. Seu filho mais novo, Martyrs, se distingue de seus outros parentes pois escolhe lidar com seu assunto e seu pedigree com uma reflexão mais intensa.
Causou grande comoção no 8º Toronto International Film Festival, dividindo opiniões. Filme polêmico por mostrar violência de forma crua e realista em suas cenas, provocou enorme reação na França pelo fato da censura tê-lo classificado para 18 anos. Após muito apelo dos realizadores foi reclassificado como 16 anos. É provavelmente o mais original e mais perturbador filme de horror da década.
Lucie, uma garota de 10 anos, esteve desaparecida por um ano quando é finalmente encontrada num distrito industrial, louca e desorientada, sem conseguir contar o que aconteceu. Seu corpo apesar de maltratado não tem indícios de violência sexual, então é levada a uma instituição para crianças onde se afeiçoa a outra garota chamada Anna, que passa a cuidar dela e estreitar os laços de amizade para que supere a experiência traumática que viveu. 15 anos depois, Lucie está completamente fora de controle, em busca dos responsáveis por todo aquele sofrimento, envolvendo Anna em acontecimentos com consequências imprevisíveis.
Terrivelmente violento e recomendado para quem tem estômago forte, em Martyrs o esmagador talento do diretor Pascal Laugier renova de maneira explosiva o cinema de terror. Ele vai conduzindo o espectador por um emaranhado de dúvidas que só parecem aumentar, mantendo o clima tenso. Este não é um filme que revela sua patologia com facilidade, a impressão é de que a cada 10 minutos o filme dá uma reviravolta mudando totalmente seu estilo. O filme sofre uma série de metamorfoses, passando de filme de vingança, a terror, a suspense e chegando a ser inclusive um filme de crueldade, e no final não é nada disso. Martyrs acaba não pertencendo a nenhum desses gêneros em que trafega. Essa é a surpresa do filme, descobrir do que se trata, e a revelação acaba sendo não só incômoda mas de uma dimensão inimaginável.
Um filme que exige bastante psicologicamente do espectador, mas que no final das contas lhe deixará maravilhado. Uma das coisas que torna Martyrs especial é ver a evolução e o desenvolvimento da trama, ficar esperando o que irá acontecer logo em seguida.
A parte técnica como um todo é impecável. Várias sequências tiram o fôlego. A atuação das duas protagonistas é digna de destaque. No que diz respeito ao terror, vários sustos e tonéis de sangue garantem essa parte, mesmo que o forte seja a história. Idem para o suspense, a trama prende, não perde ritmo nem sentido em nenhum momento, fazendo com que olhos fiquem bem abertos até a hora dos créditos.
Com certeza é um filme que se sustenta não só de imagens fortes, mas também de certa reflexão sobre a curiosidade mórbida do ser humano. Martyrs não é um filme de terror com mortes, mas sobretudo, sobre a morte. Seria mais fácil assistí-lo se fosse mais um filme onde o sobrenatural se encarrega de justificar e legitimar os acontecimentos. Martyrs no entanto, é mais chocante e aterrorizante porque se baseia em elementos reais da curiosidade humana.
São filmes como Martyrs, que ao se voltarem ao meio da violência para dela extraírem algo e a analisarem, nos mostram que ainda há território a ser explorado dentro do gênero. Quem disse que o terror não pode ser inovador e inteligente?
Quer dar uma espiadinha? Então está aqui, com legendas em português:

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domingo, 5 de julho de 2009

Dark City (1998)

O segundo longa metragem de ficção científica do diretor australiano Alex Proyas é a mais perfeita tradução de uma história em quadrinhos filmada, ambientada em um mundo estranho e sombrio... Dark City parece ser um dos film noir mais merecedores desse nome. Uma atmosfera visual cuidadosamente construída é um dos seus principais trunfos.
Em uma cidade em que é sempre noite, John Murdoch acorda em um quarto de hotel que ele não conhece, e descobre que está sendo procurado por uma série de assassinatos brutais. O problema é que ele não se lembra de ter cometido os crimes. Na verdade, a maior parte de suas lembranças simplesmente desapareceram. Talvez ele tenha enlouquecido. Ou talvez exista um motivo para essa estranha perda de memória. Perseguido pelo detetive Bumstead e contando apenas com a ajuda do Dr. Sehreber, Murdoch tem pouco tempo para descobrir o que está acontecendo com ele e com sua cidade. Por que é sempre noite? E por que ninguém pode lhe dizer como sair da cidade? Uma trama misteriosa e inteligente, que não vai deixá-lo esquecer deste filme por muito tempo.
Considerado por muitos como um dos filmes mais incomprendidos da década de 90, Dark City (ou Cidade Das Sombras, no Brasil) tem nota de 7,8 no IMDb. O filme tem um suporte visual muito forte, mas não é destituído de idéias e de conceitos. Dark City tem um claro embasamento filosófico, onde os seres e poderes fantásticos compõem uma trama que questiona a formação da identidade humana, tanto nos aspectos mais individuais como na construção de uma memória coletiva.
O filme tem fortes traços do expressionismo alemão, mostrando influências de obras como 'Metropolis'. Além de tudo foi referência para filmes como 13° Andar e Matrix (que inclusive teve algumas acusações de plágio, como você pode ver aqui).
Quer conferir a versão Director's Cut desse filmaço? Então não pense duas vezes, ele já vem com legendas em português...

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