Koroshiya 1 (Ichi The Killer, título internacional, ou Ichi - O Assassino, no Brasil) é um filme japonês de 2001, baseado no mangá de Hideo Yamamoto. Filme dirigido por um dos grandes realizadores do cinema oriental da atualidade, Takashi Miike. Seu estilo de cinema que explora a violência não só visual, mas principalmente a psicológica pode ser vista nessa história que mostra a ação da máfia japonesa, a Yakusa. Quando um chefão desaparece carregando uma fortuna de três milhões de yens, os membros de sua gangue, dirigidos por um novo e cruel líder, partem em busca dele. Porém, os métodos violentos do novo líder desagradam outros setores da Yakusa, deixando a organização à beira de uma guerra. É quando alguém contrata um assassino misterioso que tem uma infância obscura e traços de psicopatia para dar fim aos planos do novo líder.
Há um fato concreto: os filmes de Takashi Miike não são para qualquer um, principalmente para os que não têm estômago fraco. Já dirigia filmes desde 1990, mas tornou-se conhecido no final da década de 90 com Audition, que passou por diversos festivais em todo mundo. A partir de então firmou o seu estilo e as suas principais características: geralmente obras sobre a yakuza, extremistas, violentas e, de certa forma, com doses de humor. Lançou grandes filmes como Visitor Q, Dead or Alive, Imprint (da série Masters of Horror), entre outros.
O cineasta veio ao mundo para chocar. Seus filmes contêm imagens fortes e personagens que fariam o mais bárbaro dos seres humanos corar de vergonha. O frenesim inicial vai tomando forma aos poucos, dando espaço para as sequências sanguinárias e sádicas, para os litros e litros de sangue que jorram na tela enquanto corpos e membros voam por todos os lados, espancamentos, torturas, prostitutas e masoquistas. Um ambiente próximo do surreal. Ao ler isso pode parecer que é um filme B, mas a habilidade do realizador em executar as cenas, conduzir os atores, de criar uma atmosfera violenta, insana e ao mesmo tempo cômica, torna tudo mais interessante. Junte tudo isso a uma fotografia forte e pesada e uma trama narrada nos moldes de um mangá, cheia de surpresas e situações inimagináveis. O resultado é algo que faria Tarantino ficar enjoado e maravilhado ao mesmo tempo. Se não fosse a segurança de Miike na realização, o filme poderia cair ou para o tosco ou para o caricato demais. É exatamente esse limite, essa extremidade que faz do seu trabalho algo especial, inovador e diferente. Ichi The Killer não é para qualquer um. É uma obra forte, pesada e violenta, de um realizador corajoso e inteligente, com um estilo muito peculiar e que sabe até onde pode conduzir as suas ideias e técnicas. Com protagonistas muito bem trabalhados e um ambiente que mistura surrealismo com um pouco de comédia, Ichi The Killer constitui um verdadeiro cult vindo do país do sol nascente e realizado por um dos seus mais famosos, mas ao mesmo tempo polêmicos diretores. Para muitos é seu melhor filme.
Algumas lendas acerca do filme: o esperma usado na sequência inicial do filme é real e foi fornecido pelo diretor e ator japonês Shinya Tsukamoto, que interpreta a personagem do policial aposentado. Miike no entanto achou que o esperma fornecido por Tsukamoto era em quantidade insuficiente, e ordenou a outros três membros da equipe de filmagens que fizessem o que pudessem para encher o recipiente com mais esperma. Outra história é sobre a cena em que a personagem Sailor, interpretada pela atriz Mai Goto, é espancada. Segundo o roteiro só deveriam existir três socos. Como Miike não gostava muito da atriz, alterou a cena e elevou o número de socos para quinze!
O filme tem uma respeitável nota de 7,2 no IMDB. E aqui você tem a oportunidade de assistir a versão sem cortes, com legendas em português...
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Um comentário:
Takashi Miike, um gênio do gênero. É um dos meus filmes favoritos.
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