quinta-feira, 30 de abril de 2009

Rules Of Attraction (2002)

Não se deixe enganar pelas aparências. Apesar de ter o astro de Dawnson's Creek como protagonista e ser rotulado como uma comédia dramática, Rules of Attraction (Regras da Atração) não tem nada a ver com o seriado de TV cheio de adolescentes inteligentes e românticos que falam demais e agem de menos. Pelo contrário. Os diálogos rebuscados simplesmente inexistem na fita e a relevância no conteúdo fica mesmo para as cenas de sexo, drogas, orgias e violência. O filme é uma adaptação para as telas do livro de Bret Easton Ellis, o mesmo escritor de American Psycho. Há inclusive uma interessante ligação entre as duas obras, já que Patrick e Sean Bateman, os perturbados personagens principais dos dois filmes, são irmãos no universo criado pelo autor! O longa é escrito e dirigido por Roger Avary, roteirista que criou diversas histórias ao lado de Quentin Tarantino enquanto ambos ainda trabalhavam numa videolocadora. A parceria dos dois gerou produções como Pulp Fiction - Tempo de violência, Cães de aluguel e Parceiros do crime, que Avary também dirigiu.
Aqui, cabe uma observação a respeito da influência do próprio Tarantino – e de “Pulp Fiction” em particular – no estilo de direção desenvolvido por Roger Avary. Talvez deslumbrado pelas brincadeiras metalinguísticas, truques de edição e narrativa fragmentada, que Tarantino soube usar com parcimônia no longa de 1994, Avary leva tudo isso às últimas consequências. Em Rules of Attraction o cineasta usa e abusa desses recursos.
Rules of Attraction é ambientado em meados dos anos 80 numa liberalíssima escola de artes. Nela, Sean Bateman curte ao máximo sua vida acadêmica. Traficante de drogas da faculdade, Sean vive se esquivando de uma dívida com o seu fornecedor, entra e sai de festas selvagens e transa com boa parte da população feminina do campus. Contudo, seu estilo de vida desregrado sofre um verdadeiro abalo quando ele começa a receber perfumados bilhetinhos de amor, que acredita serem de Lauren Hynde, a última virgem do local.Lauren está só esperando seu namorado voltar de uma viagem pela Europa para finalmente entregar-se a ele. Enquanto isso, para desviar sua mente das tentações da carne e de potenciais traições, ela folheia freneticamente um livro ilustrado de doenças venéreas, capaz de acabar com qualquer apetite sexual. Apesar do amor pelo namorado, Lauren tem uma forte atração por Sean. Contudo, não está sozinha. Sua colega de quarto, Lara, o amigo Paul Denton - atualmente explorando sua bissexualidade - e até a cantineira da escola também estão atrás do bad boy. Enfim, uma anti-comédia romântica, na qual todos os personagens são desprezíveis e assustadoramente verdadeiros.
Do ponto de vista técnico, o filme - regado ao rock/pop dos anos 80 - também é um deleite. A fita começa do final, rebobina (literalmente!), segue um caminho, rebobina outra vez, segue outro personagem, divide a tela em quadros que se fundem e surpreende até no último segundo, quando começam os créditos na ordem inversa, depois de uma embasbacante seqüência final. Uma produção para quem não tem medo de encarar uma comédia adolescente pouco convencional, Rules of Attraction é tida por muita gente como a melhor produção assinada por Avary. E o filme já vem com legendas em português (é claro!):

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domingo, 26 de abril de 2009

Carnivàle (2003-2005)

Carnivàle é uma série norte-americana de terror e fantasia exibida originalmente pela HBO. A série teve sua estréia em 14 de setembro de 2003, e conta com apenas duas temporadas.
Mesmo com os apelos de inúmeros fãs, a série teve seu fim prematuramente decretado em 2005. Não caiu no gosto popular norte-americano. Não tinha audiência necessária que agradasse aos patrocinadores. Não tinha gente famosa, bonita e descolada. Enfim, não era a fórmula convencional de séries HBO. Mas com o tempo Carnivàle adquiriu notoriedade e vem sendo cultuada pela sua originalidade, conceito, roteiro, figurino, fotografia (brilhantes) e edição.
Criada por Daniel Knauf, Carnivàle é um circo com atrações freakshow e parque de diversões itinerante rodeado de mistérios, que percorre os territórios desertos dos Estados Unidos durante a grande depressão de 1934. Narra simultaneamente as histórias de um prisioneiro fugitivo com poderes milagrosos que se agrega ao circo e a do pastor Justin Crowe, a quem é misteriosamente ligado. Esta série é sobre os estranhos fenômenos conduzidos pelos dois personagens. Pouco a pouco, o mistério de cada personagem se desenrola e os fatos levam em direção a um grande conflito entre o Bem e o Mal que está apenas prestes a começar.
A série começa com as sequintes palavras: "Antes do início, depois da grande guerra entre o Céu e o Inferno, Deus criou a Terra e a entregou ao ardiloso macaco chamado homem. E a cada geração nascia uma criatura de luz e uma criatura de trevas. E grandes exércitos se digladiaram na noite da antiga guerra entre o bem e o mal. Era um tempo de magia, nobreza e inimaginável crueldade. E foi assim até o dia em que um falso sol explodiu sobre Trinity, e o homem trocou para sempre a magia pela razão."
O projeto original, segundo se sabe, era composto de 6 temporadas, e cada duas temporadas representavam um "livro" (de um total de 3 livros). Assim as duas primeiras temporadas varrem o ano de 1934 narrando a trajetória do circo de aberrações Carnivàle e o projeto religioso de Justin Crowe. O segundo livro vai dos anos 1939-1940, e o terceiro livro cuida dos anos 1944-1945. Os livros restantes narram fatos que culminariam na explosão das primeiras bombas atômicas, quando se encerra efetivamente a saga...daí porque no início da série se fala sobre "o falso sol explodindo sobre Trinity" e isto pondo fim a uma era de magia. Trinity foi um projeto de teste da bomba atômica realizado no Novo México, nos EUA, e se deu em 1945 pouco antes do ataque a Nagasaki.
Carnivàle é uma das mais fantásticas produções já realizadas para a TV. Tem também uma excelente trilha sonora e um elenco de atores excelentes, que dão o tom perfeito para a assustadora história, cheia de magia e fantasia, particularmente misteriosa e bela. A série tem muitas cenas de nudez e o teor das histórias é bastante adulto.
Realmente, de longe é uma série que prende o espectador. Carnivàle é uma série conhecida por poucos, mas que realmente é fantástica. Você já deve ter visto várias batalhas entre o Bem e o Mal, mas nada igual a isso.
E as duas temporadas completas com legendas em português estão logo abaixo:

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sábado, 25 de abril de 2009

Communion (1989)

Este filme vale pela interpretação magistral do ator Cristhopher Walken na pele do abduzido Whitley Strieber. Communion (ou Estranhos Visitantes no Brasil) é baseado no bestseller de mesmo nome (de 1986) e narra uma das mais impressionantes histórias já relatadas: as experiências do famoso escritor americano com visitantes de um outro mundo. Como eles o encontraram, onde o levaram, o que fizeram com ele e por quê?
No dia 26 de dezembro de 1985, Strieber, sua mulher Anne, o filho Andrew e os amigos Alex e Sara vão para o seu chalé, isolado nas montanhas ao norte do Estado de Nova York. Quando chegam presenciam o aparecimento de uma série de fenômenos - como luzes brancas brilhantes - e ouvem estranhos ruídos. Strieber tem um sonho; na manhã seguinte descobre que sua esposa, filho e amigos tiveram o mesmo sonho. Assustados decidem, rapidamente, retornar à cidade...O escritor está deprimido pois não consegue dar início ao seu próximo livro. A família acredita que ele está sofrendo alucinações e o convence a procurar um psicanalista para tentar esclarecer as confusões em sua mente. Com a ajuda de sessões de hipnose, descobre que as experiências que o vem assombrando possivelmente são causadas por encontros com seres de outros planetas, dando forma a algum tipo de conexão espiritual.
Esta é uma história verdadeira ou Strieber, autor bem-sucedido de dezenas de livros de suspense e terror confundiu fantasia com realidade? Você vai poder tirar suas próprias conclusões assistindo o filme ou lendo o livro. Vale ressaltar que, cético, Whitley Strieber sempre atribuíra visões de Ufos e de seres extraterrestres a percepções mal compreendidas ou alucinações. Mas agora - surpreendido - ele crê que seu contato não parece ser o tipo de intercâmbio claro e aberto que nós esperamos. Os visitantes querem muito mais. Eles procuram o que há de mais íntimo em nossa alma: Communion.
Absolutamente imperdível. Em tempo: A música-tema do filme é interpretada por Eric Clapton. Strieber atuou como co-produtor, escreveu o roteiro e teve seu amigo Phillipe Mora na direção para garantir que nada sairia fora do texto original. Outro livro de Strieber, "Fome de Viver", também virou filme. Curiosidade: Após o sucesso de Communion foi realizado um documentário, "Encounters of the Fourth Kind", em que testemunhas de abdução descrevem suas experiências. Para quem gosta do tema, é um ótimo filme. E você encontra o torresmo aqui, com legendas em português!

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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Alien Abduction: Incident in Lake County (1998)

Trata-se de uma produção televisiva de 1998 nos moldes de A Bruxa de Blair, Cloverfield e [REC]. Foi realizada com orçamento baixíssimo, mas apesar disso Alien Abduction: Incident in Lake County assusta de verdade.
O filme, um semi-documentário sobre uma câmera/fita de vídeo que foi encontrada por um policial dias depois de uma família ter sido aterrorizada por aliens em sua casa isolada, surpreende positivamente. No enredo, após um aparente blecaute na noite do Dia de Ação de Graças, os irmãos Matthew, Tommy, Brian e Kurt, por farra e até mesmo por curiosidade, vão investigar o motivo da escuridão: estranhas explosões em um pequeno transformador de energia elétrica à beira da floresta, o que em tese teria gerado o apagão. Como a família McPherson mora em um local afastado no estado de Montana, há matas, bosques e casas muito distantes umas das outras naquele condado, Lake County. Detalhe crucial: um deles, que deseja ser um diretor de video clipes, não larga a filmadora de video por nada, filma tudo com ela.
Em meio às explosões estranhas do transformador, localizado no alto de um poste, o videomaker descobre algo na mata à esquerda, algo que parecia ser um OVNI atrás de umas árvores, aterrissado. Momentos depois, descobrem que há “ocupantes” perambulando perto do objeto, seres que parecem molestar algumas vacas da propriedade vizinha. A partir daí os irmãos acabam avistados pelas criaturas… Meus amigos, é ver para crer - e se divertir bastante. E até sentir uns calafrios! Qual seria o destino dos membros da família na casa próxima, que também incluía esposas e namoradas? É incrível o que um bom diretor, no caso o premiado Dean Alioto (que até faz uma ponta), pode fazer com pouca grana, com luz e, principalmente, com a ausência dela. E sempre, como ensinou nosso mestre Hitchcock há algumas décadas, utilizando mais sugestão e menos exposição. A fita é apresentada como algo genuíno, que realmente teria acontecido, e essa “aura” de mistério, regada com depoimentos de “especialistas” que assistiram à mesma previamente, deixa o filme ainda mais saboroso. E saiu antes do filme da bruxa! Em seu lançamento, em 1998, causou até furor no meio Ufológico, principalmente quando souberam que o autor havia se inspirado em fatos reais acontecidos com uma família americana. E ainda se tornou mais curiosa, a partir do momento que surgiram videos na internet que poderiam ter servido de inspiração para Alien Abduction - Incident in Lake County. Falam a respeito de um video de uma família comemorando um aniversário e até uma produção japonesa de 1984!!!
Infelizmente Alien Abduction não foi lançado em VHS ou DVD, só se pode assistí-lo através de download.
Para uma experiência mais legal, apague as luzes e assista sozinho! Aliás, os diretores de A Bruxa de Blair e de Cloverfield deviam ter visto este filme antes de realizarem os seus… Iam chorar como crianças quando percebessem como Alien Abduction é muito melhor e custou bem menos dólares.
E o filme está aí, com legendas em português:

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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ben X (2007)

Supostamente inspirado numa história real, Ben X – A Fase Final é o filme de estréia do crítico de cinema Nic Balthazar e também o escolhido para representar a Bélgica na corrida ao Oscar de Filme Estrangeiro em 2008.
Escrito pelo próprio Balthazar a partir de seu bem-sucedido livro (e da igualmente bem-sucedida peça inspirada por este), o longa gira em torno de Ben, um jovem que, portador da síndrome de Asperger (espécie de autismo), é constantemente brutalizado por seus colegas de colégio e que, como fuga, mergulha no universo criado pelo jogo online “Overlord”, no qual alcança um alto nível que desperta o respeito dos demais jogadores/personagens. Tornando-se amigo de uma jogadora cujo nick é “Scarlite”, Ben fantasia sobre um possível encontro com a garota – mas logo tem sua atenção desviada pelos ataques cada vez mais cruéis de dois jovens de sua sala.
Dirigido com admirável energia, o filme não apenas emprega cenas inteiras criadas por jogadores de “Overlord” na Internet como ainda traz o jogo para o cotidiano de Ben – como no instante em que ele explica como cria seu “avatar” e vemos uma seta de mouse percorrendo a tela e selecionando as peças de roupa que o rapaz vestirá para ir para a escola. Além disso, Balthazar intercala, na narrativa, depoimentos dos demais personagens em um estilo documental, revelando também uma criatividade ímpar ao ilustrar o ponto de vista de Ben.
Mas se Nic Balthazar surge como revelação neste projeto, o mesmo deve ser dito com relação ao jovem ator Greg Timmermans, que, já em seu trabalho de estréia, exibe uma segurança impressionante ao evitar que Ben se transforme numa caricatura ao mesmo tempo em que inclui, em sua composição, todos os tiques particulares da síndrome de Asperger, como o hábito do rapaz em manter os olhos voltados para o lado e para cima, evitando qualquer tipo de contato visual com seus interlocutores; sua mão contraída em um estado de permanente tensão; os ombros contraídos que indicam sua vulnerabilidade diante dos demais; e os pés inquietos que revelam seu desconforto constante.
Enriquecido ainda por uma direção de arte que ilustra a tristeza do universo de Ben, e por figurinos que ajudam a estabelecer a influência positiva de Scarlite sobre o protagonista (ela é a única que usa um vermelho intenso e alegre; os demais vestem-se em tons de cinza), Ben X é um projeto artisticamente ambicioso que revela sua sensibilidade particularmente através de seus belos diálogos: ao descrever a doença de Ben, seu pai diz que a síndrome era “um problema dele; não para ele” e o próprio rapaz, em sua excelente narração em off, acrescenta: “Nunca fui o que chamam de ‘feliz’, mas nunca fui feliz como agora”.
Ben X é um filme muito bonito, muito sensível e acessível. Para quem gosta de filmes com temáticas que abordam “cultura e sociabilidade”, Ben X vale a pena. Um filme imperdível! Contar mais tiraria a surpresa de toda essa história, que é muito bem contada. Um filme perfeito em tudo. Além de uma trilha musical lindíssima! E uma curiosidade: Ben X, nome do personagem, se pronunciado rápido em holandês temos a palavra Benniks que significa "eu não sou nada".
Precisa dizer mais alguma coisa? Então clique logo aí e veja o filme com legendas em português!

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segunda-feira, 20 de abril de 2009

The Descent (2005)

Um ano após a perda de seu marido e filha, Sarah tenta se recuperar e esquecer os traumas de sua vida reencontrando com antigas amigas, fãs de aventuras radicais, para explorar uma sinistra caverna nas montanhas remotas dos Apalaches. O grupo de jovens decide entrar nas grutas, em direção às artérias mais profundas da terra, mas rapidamente começam os problemas quando a queda de uma rocha bloqueia o único local que poderia conduzir de volta à superfície. Após o imprevisível tremor, elas são obrigadas a procurar uma saída alternativa, enfrentando uma série de obstáculos como a escuridão opressora, o medo do confinamento, e a passagem por locais apertados com o terrível sentimento de claustrofobia de um ambiente desconhecido e soterrado. Contudo, elas não imaginariam que o maior problema a ser enfrentado seria outro ainda pior: a improvável possibilidade de encontrarem formas grotescas de vida parecidas com homens, porém não humanas, vivendo primitivamente nas profundezas dos infindáveis fossos, com características extremamente violentas e carnívoras, e que estariam interessadas diretamente em saborear suas carnes. The Descent é um dos grandes filmes de horror que foram exibidos nos cinemas brasileiros em 2006.
Dirigido e escrito por Neil Marshall, o filme tem todos os elementos necessários para deixar o espectador tenso, manipulando suas emoções, fazendo-o testemunhar desde a deterioração progressiva do relacionamento das mulheres, obrigadas a lutarem por suas vidas num local fechado, até o confronto brutal com criaturas bizarras que querem o sangue dos invasores de seu território e destroçar seus corpos frágeis com garras afiadas. Altamente recomendável para quem procura tensão, violência, sangue em profusão e um desfecho depressivo.
A verdade é que em vista da proposta do longa de causar susto e deixar a platéia presa nele, trata-se de um ótimo exemplar. Afinal, Abismo do Medo chega a enganar muito bem a quem o assiste, quando deixa a impressão de estamos vendo apenas um fabuloso filme de terror, mas, na verdade, ele se revela extremamente inteligente, conseguindo entreter tanto o público geral quanto os mais cultos. E assim o diretor Neil Marshall tece seu filme, pesado, impactante, sufocante, brilhante e assustador, que merece ser assistido por todos e, principalmente, compreendido.
Rodado entre dezembro de 2004 e fevereiro de 2005, o longa teve como locações cidades da Escócia e Inglaterra. Os integrantes do elenco estiveram em um centro de escalada de montanha em Derbyshire, como forma de preparação para seus personagens em The Descent. Não foram usadas dublês nas cenas de rafting, as próprias atrizes atuaram nestas cenas. As cenas de Abismo do Medo foram rodadas em ordem cronológica. Com isto as atrizes apenas conheceram as criaturas que as atacam na história ao rodarem a cena do 1º ataque, o que fez com que o susto que tomaram fosse legítimo.
Existem dois finais diferentes do filme, um incluído em sua exibição na Inglaterra e outro em sua exibição nos Estados Unidos. O final inglês é mais longo, sendo editado por ser considerado "pesado demais" para o público americano.
Terror inglês que tem todos os pontos que fazem um filme do gênero assustar sem nenhuma das desvantagens. Totalmente desprovido daquele senso de humor ridículo das produções do gênero, The Descent é terror, só terror e puramente terror. Um dos melhores da década.
E para ver esse filmão com legendas em português é só clicar:

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domingo, 19 de abril de 2009

Apparitions (2008)

Padre Jacob tem a ingrata função de investigar possíveis milagres e apresentá-los a poderosa cúpula da Igreja Católica. Mesmo quando estes milagres parecem incontestáveis, o ceticismo dos bispos superiores parece zombar da própria fé cristã. Mas se não bastasse as diferenças dentro da própria Igreja, o religioso acaba tendo a sua fé testada até os limites, quando inesperadamente se vê envolvido numa sequência de sinistros exorcismos. As possessões que passam a perseguir o padre acabam revelando uma violenta conspiração satânica, onde ele próprio parece ser a peça principal. Apparitions (ou “Aparições”, em português) é uma surpreendente produção inglesa, impecável em praticamente todos os sentidos. Entre os grandes méritos da série está misturar informações reais com ficção, fazendo o espectador se perguntar a todo o momento: “será que isso é verdade?” O roteiro toca ainda em assuntos polêmicos como aborto, homossexualidade e incesto. A abordagem séria e sem exageros, que evita o uso de efeitos digitais e prefere os bons e “asquerosos” efeitos de maquiagem tradicionais, é outro grande trunfo da produção. Segundo a rede de televisão britânica BBC, que produziu a série, a idéia inicial do projeto foi do ator Martin Shaw, que disse que gostaria de viver um exorcista: “Há muitos médicos, policiais e advogados na televisão. Quero interpretar um exorcista.” O canal, que é estatal, mas não tem nada de ingênuo, aceitou bancar a idéia do ator e imediatamente escalou Joe Aheame para escrever e dirigir o que viria a tornar-se a primeira temporada de Apparitions. O diretor/roteirista afirmou em entrevista recente que a essência da produção foi tratar o assunto com profundidade (o que com certeza obrigou a equipe a pesquisar amplamente os dogmas da Igreja Católica, principalmente quando se referem a milagres e exorcismos).
Aheame falou ainda que visual dos exorcismos procura fugir dos clichês americanos do gênero, evitando, portanto, as famosas cabeças girando 360 ° ou os suculentos vômitos esverdeados. A princípio, a idéia era que Apparitions fosse apenas um especial dividido em duas partes, que seriam exibidas no início do ano de 2008. Mas a qualidade e a quantidade de material acabou rendendo uma série com 6 episódios de 1 hora de duração (um pouco a mais que o padrão americano, que é de 45 minutos).
Uma segunda temporada ainda não foi confirmada, mas a boa aceitação e os elogios do público e da crítica, tanto pela série em si, quanto pela interpretação sóbria de Martin Shaw, deve viabilizar uma continuação.
Enfim, uma série sensacional, com ótimo elenco, excelentes diálogos, trilha sonora muito boa e direção e roteiro dignos de cinema, que ainda rende muita discussão e polêmica, misturando fatos, ficção e certa crítica subliminar à Igreja Católica.
Ótima série! Melhor ainda se já estiver junto com legendas em português...

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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Lock, Stock And Two Smoking Barrels (1998)

Eddie, Tom, Bacon e Soap são quatro jovens da classe média que decidem apostar alto numa mesa de pôquer. Eles conseguem juntar 100 mil libras, quantia necessária para entrar na mesa de Hatcher Harry, o rei local do pôquer.
Foi Eddie, um malandro de rua que joga cartas desde que se conhece por gente, quem bolou o plano do lucro fácil e que estará sentado na mesa com os 25 mil que conseguiu de cada amigo. Mal sabe o coitado que o jogo tem cartas marcadas e, claro, as coisas não vão sair como o esperado. Saldo ao final das apostas: uma dívida de meio milhão de libras, que deve ser paga em uma semana, ou seus dedos começarão a sumir um a um.
Sem ter muito o que fazer, os quatro começam a bolar uma maneira de descolar 500 mil libras. Por sorte, a solução está muito mais próxima do que imaginam. Mas será este o fim? Pode apostar que não.
Com roteiro e direção de Guy Ritchie, Lock, Stock And Two Smoking Barrels tem uma história bem simples, mas o diretor a complica quebrando a narrativa em três tramas paralelas que convergem aos poucos para uma única história no final. Também brinca com a cronologia, indo e voltando no tempo diversas vezes. Como Tarantino, Guy Ritchie também ambienta a história no submundo do crime, mostrando gângsteres e ladrões de calibres variados filtrados por um olhar pop inconfundível. O elemento pop, aliás, bate especialmente forte na fase da montagem, que usa um monte de efeitos para acelerar a ação, e também na trilha sonora, repleta de canções interessantes.
Contudo, no curso do filme o estilo único do diretor ganha charme e forma. Ele é um perito em enriquecer personagens com 2 ou 3 diálogos.
Antes de ser conhecido como marido da cantora Madonna, Guy Ritchie era um promissor cineasta que, ao filmar thrillers pop com doses generosas de humor, ganhou a alcunha de “Quentin Tarantino da Inglaterra”. Pode não ser um apelido muito lisonjeiro, mas cabe como uma luva no estilo frenético de direção do inglês. Lock, Stock And Two Smoking Barrels, estréia de Ritchie, é seu melhor filme.
É compreensível que o filme tenha sido recebido com entusiasmo pela parcela do público ligada em cinema moderninho. Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes passa mesmo a impressão de uma obra renovadora: é charmoso, espirituoso e cheio de momentos divertidos, apresentando ainda uma galeria de personagens impagáveis, como o assassino que carrega o filho pequeno junto de si para que aprenda os segredos do ofício desde criança.
O diretor Guy Richie nos presenteia com um belo filme de histórias interligadas por coincidências, no seu melhor estilo, onde várias pessoas, devido a circunstâncias específicas, acabaram se metendo umas com as outras. As situações que se sucedem são as mais frenéticas e inesperadas possíveis, e o melhor de tudo é que o roteiro consegue se manter, mesmo aparentemente confuso, sempre interessante, justamente por causa dessa imprevisibilidade.
O filme tem cenas muito bem elaboradas, às vezes utilizando o recurso da narração, que serve para introduzir certos aspectos da história enquanto a cena está congelada. Enfim, o filme só tem pontos a favor, pois não deixa que o espectador tire os olhos da tela para ver o que acontecerá na cena seguinte. As cenas de ação também são muito boas.
Como estão faltando boas idéias atualmente no cinema, assistam esse bom filme de 1998 para ver que ainda existem boas maneiras de se contar uma boa história sem se utilizar de clichês.
O filme tem uma câmera rápida, com cortes de video-clipe e uma trilha sonora que detona! Lock, Stock And Two Smoking Barrels vai te garantir bons momentos de risos e adrenalina.
O filme você encontra aqui, com legendas em português!

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segunda-feira, 6 de abril de 2009

The Machinist (2004)

Trevor Reznik é um operário que sofre de insônia. Ele não dorme há um ano. Os seus minutos de vigília tornaram-se um pesadelo ininterrupto de confusão, paranóia, culpa, ansiedade e terror, cada um dos quais é parte de uma série de pistas que conduzem à origem da sua misteriosa aflição.
Na fábrica onde trabalha, as condições de trabalho oferecem risco. Para Trevor, os perigos são agravados pela fadiga crônica. Notando a aparência estranha, os colegas percebem que algo está errado, mas não dão a devida importância. Um operário perde um braço em um acidente e todos se voltam contra Trevor, considerando-o culpado. Ele encontra bilhetes anônimos em seu apartamento e fica sabendo que o suposto funcionário envolvido no acidente, na realidade, não existe. Trevor agora se empenha em saber se é tudo um plano para deixá-lo louco ou se o cansaço está provocando uma confusão mental.
The Machinist (O Operário) é um filme diferente em variadíssimos pontos. Possui um carácter muito noir onde a tensão e a confusão do personagem transpiram para o espectador, graças a uma direção atenciosa e a uma interpretação fulminante. A imagem é escura, soturna e opressiva.
The Machinist tem uma estrutura que muito faz lembrar filmes como Fight Club e Memento. A realidade aparente cruza-se com delírios provenientes do cansaço que nos é apresentado ao longo do filme por parte de Trevor Reznik. Separar o delírio da realidade é um dos pontos interesses deste filme.
Além disso, quando Trevor mostra seu físico esquelético, a dor do protagonista transforma-se em objeto concreto. A culpa que preenche toda a mente do personagem parece também refletir-se no seu corpo. A doença é uma figura presente em todo o filme, mas este The Machinist não trata exatamente do processo de degeneração de um indivíduo. Na verdade, trata-se do processo de degeneração de um indivíduo pela culpa. O diretor Brad Anderson tem o cuidado de não subestimar o público com reviravoltas fáceis, que normalmente vemos chegar à distância, mas nos deixa cogitar por uns momentos sobre as pistas que vão surgindo, para logo nos surpreender revelando mais uma camada de memória. A manipulação sutil do tempo cronológico é também essencial para esta história, solidamente realizada.
O enredo é envolvente e a música assustadora, fazendo com que o telespectador fique apreensivo a cada minuto do filme. Um filme inteligente e imprevisível, com ótima direção e um suspense nada apelativo. Simplesmente excepcional! Vale a pena assistir, pois é uma verdadeira guerra psicológica! Uma das boas surpresas de 2004.
E de mamata o filme vem acompanhado de legendas em português:

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domingo, 5 de abril de 2009

The Jacket (2005)

Camisa de Força é um filme produzido por EUA e Alemanha, lançado em 2005 e dirigido por John Maybury. O orçamento foi de US$ 19 milhões.
Após recuperar-se de um tiro na cabeça, Jack Starks, um veterano da Guerra do Golfo, retorna à cidade natal sofrendo de amnésia. Quando é acusado de ter assassinado um policial, é recolhido num hospital psiquiátrico, onde um médico, Dr. Becker, o submete a um controverso tratamento, no qual é injetado no paciente drogas experimentais. Starcks é imobilizado numa camisa de força e trancafiado, por períodos longos, em uma gaveta para cadáveres, no sótão de um necrotério. A mente de Starks, drogada e desorientada, o transporta ao futuro, onde ele conhece Jackie, e descobre que está fadado a morrer em quatro dias. Juntos, eles buscam uma maneira de livrá-lo de seu trágico destino.
Controlado por um forte teor de morbidez e melancolia, Camisa de Força é mais um ótimo filme com a já comum temática da “viagem no tempo". Interessante, o longa segue de perto antecessores como “Efeito Borboleta” utilizando um gênero diferente, porém com propósitos semelhantes.
A direção de John Maybury é realmente admirável. O cineasta utiliza um ótimo jogo de planos que conduz a narrativa de maneira limpa e ressaltando cada ação dos atores. O ambiente mórbido e melancólico descrito como proposta do filme é realmente um dos pontos altos de sua direção.
A trilha sonora é do famoso produtor e músico Brian Eno, que já trabalhou com David Bowie, U2 e Talking Heads, além de dezenas de trilhas sonoras. Na direção de fotografia de Camisa de Força está Peter Deming, vencedor do prêmio independente Spirit Awards de Melhor Fotografia com o filme "Cidade dos Sonhos", de David Lynch, com quem também filmou "A Estrada Perdida". Deming também trabalhou com o diretor Wes Craven na trilogia "Pânico".
Camisa de Força agrada pelo inteligente e surpreendente desenvolvimento da história. Definitivamente o filme trata de uma maneira criativa e inovadora a idéia de que um simples ato, por mais irrelevante que possa parecer, é capaz de alterar diversas vidas. É meio que inevitável dizer que o filme pode não agradar a todos, até mesmo porque é o tipo de produção que requer um pouco de atenção do espectador e talvez por iss não chame tanto a atenção para os mais impacientes. No entanto, é recomendável pelo simples fato de mexer com a mente do público mais interessado e também pela sua qualidade incontestável na parte técnica.
Um filme excelente, muito inteligente, que consegue prender a atenção até o final. Uma trama muito bem bolada, e que exige muita atenção.
Ficou interessado? Então baixe logo o torresmo temperado com legendas em português!

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sexta-feira, 3 de abril de 2009

The Triangle (2005)

Após perder de forma misteriosa seis navios (com tripulação) no Mar dos Sargaços, que é conhecido como Triângulo das Bermudas, um bilionário, Eric Benerall, atrai para um encontro profissionais de áreas diversas: Howard Gregory Thomas, Emily Meredith Patterson, Stan Lathem e Bruce Geller. Eles não eram a primeira opção de Benerall, mas por motivos distintos eram os mais disponíveis. Eric quer que descubram por qual razão acontecem coisas misteriosas no Triângulo. Benerall propõe pagar todas as despesas para esta pesquisa e pagará para cada um deles US$ 5 milhões, mas só se derem uma resposta definitiva sobre o que acontece no local, ou seja, ou recebem US$ 20 milhões ou não recebem nada. Eles aceitam, pois esta quantia seria um presente dos céus na vida de cada um. Mas à medida em que as pesquisas vão se aprofundando, acontecimentos bizarros se tornam cada vez mais frequentes e são um pesadelo para toda a tripulação. Movidos pela atraente recompensa oferecida no início, agora eles podem ter se envolvido em algo que não entendem e não há como voltar.
Exibida no EUA em 2005 pelo SciFi Channel, a minissérie The Triangle, esperado épico de seis horas dividido em três episódios, nos mostra o Triângulo das Bermudas e seus mistérios. E os números oficiais da audiência dizem que a obra produzida por Dean Devlin (produtor de Independence Day) e Bryan Singer (diretor dos dois X-Men) não decepcionou. O SciFi Channel anunciou que The Triangle chegou a uma média de 4,2 milhões de espectadores em cada uma das três noites, superando Taken (2002), vencedor do Emmy produzido por Steven Spielberg. O canal ficou com o primeiro lugar dentre os programas do horário nobre a cabo, na faixa de 25 a 54 anos, em todas as noites. 45% desses adultos eram mulheres, outro recorde da programação do SciFi Channel. Escrita por Rockne O'Bannon (Farscape: The Peacekeeper Wars), a trama foi rodada na Cidade do Cabo, capital sul-africana, e foi dirigida por Craig R. Baxley (Kingdom Hospital).
O Mistério do Triângulo das Bermudas é muito interessante, mostra conceitos de mecânica quântica, matéria exótica, alteração e janela no espaço e tempo.
Ganhou o Emmy de Melhores Efeitos Especiais, além de ser indicado na categoria de Melhor Design do Título. Existem mais de 800 cenas com efeitos especiais, todos criados digitalmente.
The Triangle é um mistério do começo ao fim, cheio de efeitos pra lá de especiais. É um prazer assistir.
E a minissérie está aí, inteirinha e com legendas em português. Divirtam-se: